O conceito de educação cultural como um termo coletivo para o ensino das artes só recentemente se estabeleceu. A música é um campo de atividade da educação cultural.
A autoexpressão e a produção de som acompanharam a humanidade desde o início. Para a cultura ocidental européia em termos concretos, a antiguidade grega e o cristianismo são descritos como as influências mais importantes. Estudiosos concordam que já naquela época, Platão e Aristóteles valorizavam a música e sua função educacional e estabilizadora para as pessoas em alto grau.
No Antigo Testamento, a música e seus efeitos desempenhavam um papel importante enfatizando a representação das Sagradas Escrituras. Essa importância segue crescente no Novo Testamento, de forma que “o antigo mundo judaico e o novo mundo cristão permaneceram conectados principalmente pela ideia e prática do louvor cantado a Deus, conforme encontrado nos Salmos”
Até hoje, a música é parte integrante da liturgia da igreja e, portanto, parte da pregação e da educação religiosa e cultural. A conexão da música com a igreja causou uma dependência da cultura, e durante vários séculos não houve arte, filosofia e moralidade 'legítimas' separadas da Igreja. A pintura, a literatura, a música, a escultura e a arquitetura tinham um caráter de serviço para a religião e a igreja. De repente a classe alta aristocrática exigiu um nível igualmente alto em arte, arquitetura e música. Poetas, músicos cantores e instrumentistas floresceram no século 12. Pode -se dizer que a partir daí, a formação dos músicos especialistas foi um marco no caminho do reconhecimento social da música e dos próprios músicos. Um novo processo de ensino é instaurado nessa época e posteriormente passa a ter um papel decisivo na educação cultural tal qual conhecemos.
No início do século 20 autoridades clamavam pela educação “pela arte para a arte”.
NOS DIAS DE HOJE
A música não pode ser vista como artigo de luxo, mas como necessidade, e a educação musical do jardim de infância à faculdade se faz necessária. A relação entre educação cultural e música é atualmente caracterizada por tendências relevantes que podem ser descritas e que moldam a educação musical na teoria e na prática.
A Globalização - O crescimento conjunto da população mundial e o encontro de diferentes culturas apresentam novos desafios à nossa sociedade. Devido ao declínio nas aulas de música e arte, grupos escolares e os laços e conexões sociais associados, por exemplo, o de fazer música juntos, estão sendo perdidos.
O ponto de vista é econômico – Desde que a vida tem sido moldada pelo espírito de que perda de tempo é perda de dinheiro, os efeitos benéficos de fazer música devem, portanto, ser cientificamente comprovados repetidas vezes, a fim de justificar os investimentos na educação musical. Um olhar sobre nossa história e os estudos que descrevem o potencial de manipulação da música poderiam corrigir esses erros de julgamento se não fosse pela pressão social que todo investimento tem que se pagar. O fato de a música ser um valor em si está sendo transmitido cada vez menos no discurso público.
Digitalização - Por um lado, há mais música disponível do que nunca na história humana, e isso devido à Internet em particular, mas também aos avanços técnicos dos meios de distribuição, a música está disponível em quantidades quase infinitas. Isso leva a uma democratização do acesso à música e uma individualização do consumo de música, mas também a um declínio acentuado na produção musical ativa.
Por outro lado, neste excesso de oferta, infelizmente, a orientação, que requer uma habilidade treinada para escolher e tomar decisões, torna-se cada vez mais difícil com a seleção quase incontrolável.
DIVERSIDADE CULTURAL COMO BASE DA POLÍTICA EDUCACIONAL E CULTURAL
“Quem não sabe o que é seu não se reconhece”
Como manter essa chama acesa
Os locais onde as pessoas se encontram pela primeira vez na cultura, como a família, creche ou escola, têm uma grande responsabilidade como primeiro facilitador do acesso à cultura. Neste contexto, escolas de música em particular têm recebido muito pouca atenção da política educacional por muitos anos. A continuidade e a qualidade da educação musical ficaram em segundo plano.
Pensar e agir em projetos temporários esconde o fato de que a educação musical é um processo de longo prazo - desde o início e para toda a vida. Infelizmente, como nossa sociedade deseja criar uma pessoa economicamente eficiente, há cada vez menos espaço para a exploração lúdica do mundo e a experiência de suas próprias possibilidades expressivas. A escola ainda é o local de ensino que todos frequentam.
"Há apenas uma coisa que é mais cara no longo prazo do que a educação - nenhuma educação" disse JFK em 1968, e no entanto, os investimentos de longo prazo na educação artística estão diminuindo. A Educação musical deve ser pensada desde o início e para toda a vida. O efeito formativo da música se desdobra principalmente nos primeiros anos, por volta dos 13 anos, e nessa fase da vida o indivíduo encontra uma grande curiosidade sobre a sua própria vida e a dos outros.
A música contribui para uma vida decente e uma percepção positiva da própria vida. Além dos já conhecidos efeitos verificáveis na mente, corpo e alma do indivíduo, a música também tem um impacto no comportamento e positivo social das pessoas.
Então, respondendo à pergunta que fiz no título dessa matéria, sim, a educação musical e cultural são realmente importantes sim. A Cultura define um povo, ela diversifica uma nação, se tornando sua verdadeira fronteira. Portanto, investir em Cultura não só é importante quanto necessário.
Encontrarei vocês sempre por aqui, e com prazer irei compartilhar um pouco da minha carreira como maestro, levando-os a novas experiências através das minhas histórias musicais.
Por: Maestro Adriano Machado
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