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A Arte INDÍGENA BRASILEIRA



A arte indígena está presente na essência do povo brasileiro, sendo um dos pilares para a cultura do país, que é resultado da miscigenação de vários grupos, dentre eles os povos indígenas - os primeiros habitantes do território nacional.


Atualmente, existem cerca de 3 centenas de etnias de índios no Brasil. Cada uma delas é detentora de comportamentos diferentes, por conta do desenvolvimento de costumes próprios. Entretanto, existem várias características comuns encontradas em diversas tribos. Desta forma, cerâmica, máscaras, pintura corporal, cestaria e plumagem resultam em uma arte tradicional compartilhada: a arte indígena. Vale lembrar que a utilização de partes de animais no artesanato é exclusiva dos povos das florestas, mas sua comercialização é proibida. Além disso, é preocupante constatar que tal arte - tão importante e de valor inestimável - vem sendo destruída vertiginosamente, assim como a própria população indígena.


Cerâmica Indígena

A cerâmica é um exemplo de arte que não está presente em todas as tribos indígenas, sendo ausente entre os Xavantes, por exemplo.


É possível notar os costumes diversos dos povos indígenas através da observação desse tipo de arte. Importante referir também que os índios não utilizam a roda do oleiro e, ainda assim, conseguem desenvolver impressionantes peças. A cerâmica é produzida principalmente pelas mulheres, que criam recipientes, bem como esculturas. Para torná-las mais bonitas, costumam usar a pintura com padrões gráficos próprios. A cerâmica do povo Marajoara, cujo nome advém do local onde ela teve origem (a Ilha de Marajó) é conhecida no exterior e foi a primeira arte de cerâmica brasileira.


Máscaras Indígenas

As máscaras indígenas apresentam um simbolismo sobrenatural. Elas são feitas de cascas de árvores ou outros materiais como palha e cabaças e podem ser enfeitadas com plumagem.


Normalmente, são utilizadas em ritos cerimoniais. Um exemplo é a tribo dos Karajá, que se serve das máscaras durante a dança do Aruanã com o objetivo de representar heróis que conservam a ordem mundial. Diz a lenda que as máscaras indígenas, de um modo geral, representam as entidades que conflitavam com os índios no passado. Deste modo, as festas e danças são feitas para alegrar e acalmar essas mesmas entidades.

Há máscaras grandes, feitas com palhas compridas, que chegam a cobrir o corpo todo. A máscara de cerâmica é exclusiva dos índios da etnia Mati.


Pintura Corporal Indígena

A pintura corporal é usada em certos rituais e de acordo com o gênero e a idade. Sua finalidade é indicar os grupos sociais ou a função de cada indivíduo na tribo.


As tintas usadas nessa arte são naturais, ou seja, são feitas de plantas e frutos. O jenipapo é o fruto mais utilizado para fazer tinta. Os índios o utilizam para escurecer a pele, enquanto o urucum, por sua vez, dá o tom vermelho. Já o branco é conseguido através da tabatinga. São as mulheres que pintam os corpos, cujos desenhos carregam valor simbólico, visando retratar um momento ou um sentimento específico. Os padrões gráficos mais elaborados fazem parte da cultura Kadiwéu. Já em 1560, essa pintura impactou os colonizadores, os quais ficaram deslumbrados com tamanha destreza e beleza.


Infelizmente, hoje em dia essa tribo não realiza mais esse tipo de pintura corporal, empregando tais padrões em peças de cerâmicas para vender aos turistas.


Cestaria Indígena

Os cestos são utilizados para uso doméstico, na manutenção e transporte de alimentos. É mais confeccionado pelas mulheres, que desenvolvem variadas formas de trançados em diferentes formatos.


Os tipos mais comuns de utensílios são:


Cestos-coadores - para coar líquidos;

Cestos-tamises - para peneirar farinha;

Cestos-recipientes - para guardar diferentes materiais;

Cestos-cargueiros - para transportar cargas.


Arte Plumária Indígena

As plumas são utilizadas nos rituais e coladas diretamente no próprio corpo. Elas servem também para ornamentar máscaras, colares, braçadeiras, brincos, pulseiras e cocares, os quais são feitos de penas e de caudas de aves. Tal como a pintura corporal, a arte plumária serve também para indicar os grupos sociais.


Na maior parte são os homens que desenvolvem a arte plumária. Essa arte passa por um ritual: primeiro a caça, passando pelo tingimento (a chamada tapiragem), pelo corte nas formas desejadas, e por fim, a amarração. Há tribos que destinam as pinturas ao uso cotidiano, deixando as plumas para as comemorações e rituais indígenas, inclusive funerais.


Fonte: Toda Matéria




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